sábado, 27 de março de 2010

o eterno nada-pra-fazer

Em madrugadas enfadonhas de sextas-feiras como eu queria uma mente genial estilo Einstein que inventasse algo bem divertido pra fazer...
ou um talento nato e perceptível para o uso e combinação dos diversos verbos, substantivos, conjunções, adjetivos e qualquer outra classe de palavras da nossa rica língua portuguesa para ser capaz de criar um texto realmente interessante num momento como esse...
ou então, quem sabe, uma vida excitante, cheias de experiências excitantes e excitante ao ponto de não ser preciso nenhum tipo de magia gramatical para escrever algo...
oooou, melhor ainda, uma vida suficientemente emocionante, radical, alucinante, etc e tal, que às 3 e tantas da manhã, eu possa estar por aí colhendo histórias pra contar ao invés de estar curtindo o tédio meu de cada fim de semana.
Ai, dias ociosos insossos... ai, enfado que me mata...

terça-feira, 23 de março de 2010

Roda viva

"Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu...
-
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino prá lá ... "



Será mesmo que esses planos e projetos todos que nós fazemos são mesmo necessários? Será que não é mais simples deixar a vida levar? Não evitaria toda frustração que nos massacra nos momentos de reflexão ou naquelas horas em que nós fazemos um balanço geral da nossa vida até a epoca atual? Nada pior do que aquela sensação de impotência quando nós não chegamos onde sempre sonhamos...
Conversando com meu pai numa noite dessas eu descobri que o motivo que o fez ter cursado os tantos anos de engenharia lá na terra dele foi a vontade de se tornar engenheiro mergulhador. Ele ficava alucinado com a idéia de ter um desses empregos emocionantes... a emoção, as mergulhos, as grandes profundidades, o perigo, ser muitíssimo bem pago, ser admirado, e tudo mais (bom, pelo menos foi assim que ele o descreveu pra mim); mas, ironicamente e sem que ele percebesse, a vida o trouxe pra essas bandas, o fez se apaixonar por uma morena com longos cabelos negros e pernas torneadas (minha mãe... infelizmente essas características não foram passadas via DNA pra mim), daí eles casaram, daí tiveram filhos, daí ele foi ficando, ficando, e por aqui está até hoje (aliás, se divorciando).
Os planos de outrora se transfromaram ao longo dos anos. Hoje em dia, décadas depois, deram lugar a outros projetos, mais familiares e sempre relacionados ao que é melhor pros filhos. Mas, pra onde foi aquele sonho antigo? Os 18 anos de atividade paterna apagaram? Ou virou frustração?
Provavelmente, nem um, nem outro. Que não foram pagados qualquer um perceberia ao ver como os olhos dele brilhavam enquanto ele me contava e relembrava, e que não viraram amagura também é algo perceptível já que ninguém que carregue uma mágoa dessas por tanto tempo seria capaz de ter uma personalidade tão doce e amável e uma aura tão leve e divertida como a que o meu pai tem. Eu me arrisco a dizer que simplesmente viraram uma lembrança, a lembrança de um sonho dos tempos de faculdade.
Então eu me peguei pensando: e eu? onde será que eu vou chegar? Vou ser levada pela vida também? Ou vou chegar onde eu vislumbro estar? No primeiro semestre de Direito, a insegurança parece não dar descanço e se intensificar ao pensar em todas as possibilidades que se apresentam e se mostram brilhantes e tentadoras. Daqui a uns anos talvez eu reponda essa pergunta, mas eu sei, e eu sei porque meu pai me ensinou, que a vida sempre abre novas portas ou pelo menos alguma janela. Nunca os caminhos estão totalmente fechados, o que quase sempre está bem fechado são os nossos olhos que se fecham pra essas oportunidades e que deixam de enxergar que por mais que não cheguemos no lugar onde nós queremos, o lugar onde nós estaremos talvez seja ainda muito melhor.

quarta-feira, 17 de março de 2010

"Mas se eu tivesse ficado teria sido diferente? Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que só doerá muito mais - porque ir em frente?" (Caio Fernando Abreu)... Ou pior, porque retomar algo do qual já se conseguiu mais uma experiência dolorosa, daquelas que se revive em noites infinitas repletas daqueles mantras dos livros de auto-ajuda e reavaliações que não servem para nada a não ser diminuir ainda mais o caminho entre a boca e o gargalo de uma garrafa de vodka pura ou qualquer coisa que ajude a entrar numa incosciência profunda e sem mais nenhuma tentativa de entender o porquê de tudo aquilo, ou onde se errou, ou porque se errou, e todas essas questões que voltam a atormentar a cada decepção? Mais dificil ainda entender como tudo isso é tao subitamente esquecido diante da possibilidade de recomeçar a mesma historia, com a mesma pessoa, com a mesma cabeça, com o mesmo hábitos e convicções... Tudo pra sentir o beijo de novo, o abraço, ou simplesmente provar pra si mesmo que a culpa não foi sua, que se tem a capacidade de fazer dar certa dessa vez. Porque que mesmo com toda experiência adquirida ainda se pensa que pode ser diferente, que dessa vez o final da historia na vai ser o gosto de álcool e lagrima na ressaca da manhã seguinte?
Mas aí, passa o tempo, quase sempre mais ou menos uns 2 meses... tudo se repete... E se faz mais uma vez a promessa de nunca mais se deixar levar...

terça-feira, 16 de março de 2010

Primeiro blog, primeiro post...
Às 02:53 da manhã é meio complicado dizer algo interessante - não que isso seja possível pra mim em qualquer horario do dia.
No próximo eu me arrisco...