terça-feira, 18 de outubro de 2011

A vida mais ou menos perigosa - Ignorais absolutamente o que vos acontece, correis como bêbados pela vida, caindo de tempos em tempos de uma escada. Mas graças à vossa ebriedade, não partis os membros, vossos membros estão muito fatigados e vossa cabeça obscura para que acheis a pedra desses degraus tão dura quanto para as nossas! Para nós a vida é um grande perigo: somos de vidro... infelizes de nós se esbarramos em algo! Tudo acabado se caímos.

A Gaia Ciência. Friedrich Nietzsche.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

- Caro amigo, saúdo a aproximação do glorioso horário do almoço. Padeço de dor sem precedentes. Sinto com se houvesse achegado-se incerta coisa a minhas entranhas, ulcerando-me, corroendo-me, estalando ultrajante prélio por entre minhas vísceras. Estas urgem pela refeição.
- ah, você tá com fome.


Parece ser esse o objetivo de alguns textos que facilmente encontrados por aí. Enrolar. Mascarar com prolixidade a falta de conteúdo. Realmente invejo aqueles que sabem utilizar as palavras e que de fato as utilizam - talento esse, aliás, que sempre ansiei ter, para viver da literatura que é uma das minhas paixões. Entretanto, não é de saber usar palavras que se trata, não é de floreios, rococós, nem tantos enfeites pra idéias vãs de que o mundo precisa. É de raciocínio, ideia, alma. Ainda que a escrita seja simples, ainda que não se use palavras esdrúxulas cujo significado só é conhecido se procurando-o no dicionário, basta que se tenha algo relevante pra passar adiante.
Opinião.